As Legiões da Horus Heresy – Jogue sujo junto com a Death Guard

Original aqui.

As Legiões, suas peripécias… e uma fragilidade doentia. Estratégias complicadas, planejamento desnecessário… Os melhores Astartes não precisam de um comboio de suprimentos, ou de uma cadeia de comando complexa. Mande-os pra vanguarda com uma faca, e eles farão o serviço. Armas químicas ilegais? Deixe-as guardadas no arsenal. Só por precaução…
Pra quem chegou agora, estamos dando continuidade a nossa séria de análises imparciais das Legiões envolvidas com a Horus Heresy. E hoje é dia da maior delas – os obstinados, inexoráveis e sujos Death Guard.
A Legião

A Décima Quarta foi recrutada dentre os clãs beligerantes da Velha Albia, assim como os igualmente resilientes Iron Hands. Herdeiros genéticos dos estoicos sobreviventes das chuvas torrenciais, foram chamados de Dusk Raiders, devido ao tradicional costume da cavalaria albiana de fazer seus ataques sob as tênues sombras do amanhecer.
Enquanto as outras Legiões ficavam à espera de ordens, como cães treinados, os Dusk Raiders simplesmente partiam pra ação – e essa proatividade só se intensificou com a chegada de Mortarion. Sob a liderança do Primarca, a Legião partia de batalha em batalha, só parando para reabastecer. Eles nem pintavam as armaduras – afinal, armas e armaduras usadas são muito mais legais que aquelas que parecem recém-saídas de uma butique.

Mortarion encorajava essa postura implacável com todas as suas forças. Seus soldados aprendiam a combater qualquer inimigo, sob qualquer atmosfera, com armas básicas… ou mesmo com as mãos nuas. E se era o suficiente para o pai, também o seria para os filhos – Mortarion partia pra porradaria dia após dia, sem usar armadura, sob chuva ácida!
O Primarta também tratou de renomear sua Legião com o nome do exército que comandou por entre as montanhas tóxicas de Barbarus. Os Dusk Raiders eram coisa do passado – a Death Guard surgiu para purificar a galáxia de aliens vis, feiticeiros impuros, e mutantes animalescos.

Regras
A Death Guard acredita no básico bem feito; em vencer batalhas francas empregando guerra de atrito e sua incomparável teimosia força de vontade. Entrar em combate com equipamentos sofisticados embora não fosse proibido, era raro de acontecer. Ao invés disso, eles eram Implacáveis no avanço. Após adotar a rotina de cardio dos nativos de Barbarus, não haveria objetivo inalcançável a pé, e nenhum inimigo que não pudessem dispersar – com as próprias mãos, se preciso fosse.

Enquanto algumas Legiões se valem de armas de plasma empoeiradas (e instáveis), a Décima Quarta preferia vanguardistas (e voláteis) armas químicas – imagine uma pistola de água que derrete carne como se fosse açúcar. Armas tão terríveis que o Imperador baniu – e considerando os tipos de armas que ele não baniu, há de se convier que parecem bem cruéis.
Este tipo de armamento só era utilizada pela Death Guard nas batalhas mais ferozes – ninguém quer seu novo território transformado em um lamaçal tóxico. Naturalmente, eles conquistavam planetas acusados de usar armas ainda mais atrozes… Era um ciclo vicioso. Viscoso, mas gostoso!

O Primarca

Espalhados pela galáxia, cada Primarca foi moldado pelo planeta que os acolheu – e lamentavelmente, o infante Mortarion foi engolfado pelos venenos de Barbarus. Os humanos desta miserável esfera venenosa eram governados por poderosos psíquicos; o maior deles, Necare, adotou e batizou Mortarion. Assim como o encouraçado Perturabo, o jovem Primarca se mostrou um filho bem ingrato – embora há de se convir que seu pai adotivo era um monstro ancestral que estava criando-o para liderar exércitos de mortos-vivos.
Livrando-se do jugo de seu pai, Mortarion descobriu os humanos que viviam nos vales tóxicos e reconheceu-os como sua própria espécie – embora bem menores, por algum motivo. Seus novos companheiros eram um tanto desconfiados daquele gigante cadavérico, mas ele lhes deu uma chance de vencer – e logo passou sua foice em cada uma das cabeças dos governantes, em uma sangrenta rebelião.*

Após a vitória de Mortarion sobre seu pai adotivo, surge o Imperador, que o desafia a derrotar sozinho o mais poderoso dos feiticeiros. Quando Mortarion cai, sobrepujado pelas toxinas mais letais do planeta, o Mestre da Humanidade intervém e toma de seu filho a glória de matar o último tirano.
Isso deixou uma marca no coração apodrecido do Primarca – assim como o ódio aos psiônicos, o fascínio por venenos e toda sorte de comportamentos paternos abusivos, que ele tratou de replicar nos próprios filhos.
A Heresia
Uma vez que as sementes da discórdia foram plantadas, Mortarion foi facilmente cooptado pelo Warmaster. Hórus foi um dos poucos Primarcas que o desconfiado Rei Pálido se aproximou – o outro foi o instável Fantasma Noturno. Provavelmente porque os dois gostavam de decoração de Halloween.
No Sistema Istvaan, a inexorável Death Guard foi o pior dos obstáculos colocados contra as forças legalistas durante o Massacre do Campo de Pouso**. A Legião cometeu toda sorte de atos monstruosos na batalha – inclusive dizimar amigos e inimigos lançando armas biológicas em Istvaan III.

Mortarion também tentou convencer seu irmão motoqueiro sobre a terra arrasada de Próspero, mas o Khan sabia onde tudo aquilo ia acabar. Os dois saíram no tapa, e embora a língua ferina de Jaghatai tenha causado mais danos do que sua espada, Mortarion optou por uma saída estratégica; o mesmo não se repetiu em seu segundo encontro, e a vantagem pareceu estar com o Rei Pálido.

Mesmo que tenha dado as costas ao seu pai (mais uma vez), Mortarion ainda precisou lidar com uma terceira figura paterna, ou melhor, com um avô adotivo. O Primeiro Capitão Calas Typhon sentiu isso na pele. Tendo escondido suas habilidades psíquicas de seu Primarca – totalmente compreensível – Typhon guiou sua Legião até a distorção, onde se tornou hospedeiro de uma das pragas mais poderosas de Nurgle, a Peste Destruidora.
A Peste passou diretamente por todos eles, cuja resistência sobrehumana a toxinas não teve grande utilidade contra uma doença daemoníaca. A Death Guard foi então obrigada a aceitar Nurgle em seu coração. Aliás, corações. E nos outros órgãos, nos ossos e entranhas…
Quando do Cerco da Terra, a “empoderada” Death Guard, liderada pelo Príncipe Daemônio Mortarion travou uma guerra biológica no Mundo-Trono – mesmo depois que o Khan cumpriu sua promessa de revanche.

A História da Legião
Se você gosta de personagens tão teimosos e coisas nojentas, temos uma cornucópia de conteúdo da Death Guard a ser consumido – mas apenas para os estômagos fortes. Flight of the Eisenstein dá continuidade à primeira trilogia da série The Horus Heresy, e conta a história do legionário Nathaniel Garro, um Legalista***, e seus camaradas em sua missão de avisar às forças da Terra sobre a traição em Isstvan.

The Buried Dagger explora a fundo a podridão da hipocrisia do Primarca, expondo suas experiências com a distorção e as consequência de sua lealdade ao Warmaster. Mas se você quer ver Mortarion em ação, saiba que o Primarca Daemônico tem uma novela própria, Mortarion: The Pale King.
Pronto pra pintar guerreiros sujos? Segue um vídeo para te ajudar:
Se você tem determinação, motivação e botas confortáveis para marchar junto a Death Guard, acesso o site oficial da Horus Heresy e faça o teste (mas continue por aqui e deixe suas dúvidas, críticas e sugestões de artigos e traduções).
* Ele continua passando a foice – batizada de Silêncio – no 41º Milênio.
** Quem precisa de fortificações ricamente decoradas quando se tem um monte de lama e alguns bolters?
*** Quem é o verdadeiro traidor agora?