Estratégia e Cyberpunk em Proxy War
No mundo dos jogos de tabuleiro e wargames, o Cyberpunk continua a inspirar criações inovadoras. Um exemplo dessa tendência é Human Interface: Proxy War, um jogo que evoluiu de um modesto Kickstarter em 2017 para uma experiência completa, mesclando estratégia, combate e guerra cibernética. Este artigo explora a trajetória do UNIT9 e as mecânicas envolventes de seu mais (não tão) recente título, que promete conquistar tanto veteranos quanto novatos no gênero.
Histórico
Em 2017, o Kickstarter de Human Interface Be a Better Human começa. O segundo jogo de tabuleiro da empresa indie Polonesa, Postindustrial Games.
Ele não só bateu sua meta básica como conseguiu alcançar várias extras, liberando várias miniaturas adicionais e demonstrando o interesse do público em miniaturas de alta qualidade, com temática puramente Cyberpunk.
E em janeiro de 2020, ainda resolvendo algumas pendencias do projeto, mas atendendo ao público, eles anunciam o Patreon UNIT9, prometendo lançar belíssimos novos modelos 3D com tema Cyberpunk, todos prontos para impressão e totalmente compatíveis com seus jogos de tabuleiro.
Com o passar dos anos esse Patreon aumentou drasticamente o seu público, seja para uso em RPG, quanto em skirmish games, ou jogos de tabuleiro, era uma verdade que não existiam tantos Patreons focados no tema Cyberpunk. E todo mês receber de 5 a 10 modelos 3D, variando entre personagens, e veículos, inspirados por várias produções já conhecidas dos fãs, enxia os olhos de qualquer fã de cyberpunk.
Em 2023, a UNIT9 surpreendeu seus apoiadores com o lançamento de, Human Interface: Proxy War. Um Skirmish Game baseado nos seus jogos de tabuleiro, e liberado gratuitamente para todos os que apoiavam seu Patreon.
Jogabilidade
Como vários Wargames, Proxy War, é voltado para 2 ou mais jogadores, onde cada jogador monta uma equipe de combate, escolhendo dentre as miniaturas/cartas do acervo do UNIT9, que terá de explorar um campo de batalha para completar seu objetivo na missão jogada. Mas ao contrário de outros skirmish, não cyberpunk, existe uma fase voltada para os combates na rede, onde os hackers tentam auxiliar e proteger suas equipes, assim como prejudicar as equipes opositoras, seja controlando seus drones e máquinas de combate ou através de vírus instalados em suas redes.
Cada personagem em Proxy War possui um papel, que define sua função em jogo, sendo os principais:
- Líder de Equipe: Geralmente o personagem que controla e auxilia as ações da equipe.
- Hacker: Protege a rede privada da equipe e trata de invadir os pontos de acessos que existirem em jogo ou do inimigo.
- Skimmer: Personagens geralmente com muita mobilidade que auxiliam o Hacker servindo como ponto de acesso.
- Ronin: tem como função causar dano aos inimigos.
- Uberboy: são os tanques do grupo, geralmente mais resistentes, e podem usar armas pesadas sem dificuldades.
Para montar a sua equipe, é bem simples, escolha uma facção do jogo, dentre as mais de 40 disponíveis, e selecione alguns membros delas, garantindo que você tenha pelo menos um Líder de Equipe e um Hacker. Com os membros escolhidos, equipe-os, utilizando as cartas de equipamentos e armas. Todos os personagens e equipamentos possuem custo, e não devem passar de 300 ao se criar a equipe.
Em jogo, tudo é muito simples para quem já conhece outros wargames, exceto talvez pela fase de cyberwarfare, veja abaixo.
Basicamente na fase do Mundo Real, o jogador ativa seu personagem e realiza 2 ações com ele, logo em seguida ativa outro, até que tenha ativado todos os seus personagens, e assim passa a vez para o próximo jogador.
Algumas das ações são:
- Mover – o personagem se move uma quantidade de polegadas igual a seu atributo Velocidade
- Atacar – O personagem efetua um ataque à distância ou corpo a corpo, dependendo da distância do alvo
- Hackear – o Hacker do grupo pode invadir e prejudicar os personagens inimigos
A resolução do ataque é bem simples, basicamente jogar 1d10 e somar a habilidade Física do personagem. O defensor pode executar uma Reação de Esquiva e jogar 1d10 e somar a habilidade Velocidade com bônus de +3 (ou se já tiver usado reação no turno, sem bônus). Também é possível Atacar como uma Reação, mas isso é assunto para outro artigo. Se o atacante obtiver um valor maior, ele foi bem sucedido e reduz o valor da armadura do alvo no local atingido (jogando novamente um dado para descobri-lo) do dano da arma utilizada, o restante é a quantidade de pontos de vida q o personagem atingido perde.
O que torna o jogo ainda mais excitante são as diversas habilidades especiais que tanto os personagens quanto os equipamentos fornecem, podendo mudar toda essa dinâmica básica.
Depois que todos os personagens tenham agido no turno, começa a fase de OPFOR, onde npcs que se encontram no mapa, começam a caçar os personagens de acordo com os alertas que cada um emite.
Basicamente, como no jogo Zombicide, os personagens fazem “barulho” com suas ações, e acumulam marcadores de alerta, indicando para onde os NPCs do mapa se dirigirão.
E é isso, essa sequência de turno se repete até que chegue o término da missão jogada.
Novidades sobre o jogo
Em março de 2024, a UNIT9 tornou o Proxy War acessível para todos, liberando o livro de regras gratuitamente. Próximo a isso, um fã brasileiro, intitulado Jefferson “Fox” Xavier, traduziu tanto o livro de regras quanto o livro de missões para português, para a nossa alegria. Infelizmente ainda não se tem as cartas traduzidas, o que pode dificultar para muita gente, pois existem muitas habilidades nelas.
No último mês a UNIT9 anunciou que pretende refazer as regras de cyberwarfare, tornando-a mais simples, mas ainda interessante, sendo utilizada dentro da própria fase do mundo real. Um documento com a prévia das regras para teste foi disponibilizado no discord deles.
No final de Novembro, nós do Legionários 40K, disponibilizamos uma wiki, com um catalogo, mais completo possível, de todos personagens e equipamentos disponíveis para o jogo, você pode acessá-la Aqui.