Relatório de Batalha: Catachan vs. Ultramarines
ou “Better nerf Astartes: O que eu aprendi em uma partida rápida contra os Space Marines”.
O relembrante Nelson Rodrigues costumava dizer que “sem sorte, você não come nem um Chicabon. Você pode engasgar-se com o palito, ou ser atropelado pela carrocinha”. Embora o Imperador não tenha sorrido para mim nesta partida – não que os resultados da partida tenham sido determinados pelo acaso; a lista de João foi muito bem montada, permitindo-lhe tomar decisões e utilizar estratagemas poderosíssimos contra minha Guarda.
A parte boa é que pude sentir na pele o quanto os novas regras deram vida nova às tropas icônicas do Warhammer 40k, e a viabilidade das escolhas usuais da Astra Militarum contra eles. Jogamos 1000 pontos, missão No Mercy, distribuindo as tropas segundo a Dawn of War. Um exército parado na frente do outro, atirando até que não restasse mais nada, mais simples e honesto, impossível. Eis minha análise sobre as listas.
João trouxe uma lista sem sutilezas, ao meu ver: três unidades de Intercessors, lideradas por um Chapter Master in Gravis Armor e o Chaplain Cassius, além de um esquadrão de Centurions Devastators; e um spearhead contendo um Lieutenant primaris (Seal of Oak) e três esquadrões Eliminators.
Suas principais opções ficaram sob cobertura, aproveitando as auras dos oficiais e as liturgias do Chaplain; e os Intercessors passando o pente fino. Lista perfeita para as limitações de uma partida de 1000 pontos, com mapa e redundância de unidades reduzidas.
Quanto a mim, trouxe dois battalions: um destacamento Emperor’s Wrath, contendo Straken, Harken, um Company Commander (Agripinna-class Orbital Tracker) e um Ministorum Priest, três Infantry Squads, um Basilisk e um Wyvern (usei um Hellhound como proxy); e um Emperor’s Fist com dois Tank Commander (Hammer of Sunderance e Exterminator autocannon), e mais Infantry Squads. Queria testar algumas unidades em listas menores, e contra tropas mais resilientes.
De antemão, percebi as dificuldades que eu iria enfrentar: não haviam meios de esconder totalmente os veículos; e eu precisava concentrar minhas forças a fim de me valer dos benefícios dos characters.
João, por sua vez, achou o jogo desequilibrado, seja por conta das novas regras para o seu exército, seja pelas listas propriamente ditas. Uma vez que ele contava com apenas uma unidade antitanque, o principal conflito seria entre os Centurions e meus blindados. A destruição dos meus Tank Commanders foi crucial para o fim da partida; ademais, a saturação de tiros de las não foi capaz de sobrepujar a resistência primaris, principalmente em cobertura.
Como era de se esperar, os Ultramarines ganharam a iniciativa e não pouparam esforços para aniquilar seus maiores adversários. Um Tank Commander não resistiu aos lascannons dos Centurions, e os Eliminators trataram de dar cabo do Sergeant Harker. Nem tive a chance de checar a eficácia da dupla salva de disparos do Exterminator.
Me esforcei em remover os Centurions, mas só consegui eliminar dois deles usando o Hammer of Sunderance, e o estratagema Pounding Barrage em meu Basilisk. Nesse momento percebi que minhas chances de me livrar do avanço dos Intercessors eram bem baixas: a Strenght 3 das lasguns dificilmente penetraria as defesas primaris, e o Wyvern não surtiu o efeito que eu esperava. Eu precisaria assumir um risco absurdo para tentar mudar o jogo, e foi o que fiz: parti pro assalto, contando com a Strenght extra dos Catachan, e os ataques adicionais fornecidos por Straken e pelo priest.
Bem, não posso dizer que não sabia o desfecho de uma carga em campo aberto, diante de toda a linha de fogo adversária. Mas foi divertido, o que me lembrou que um grande pelotão de Bullgryns é bem mais competitivo badass do que um Baneblade. Tenho que ver issaí.
O turno seguinte assegurou uma vitória fácil para os Ultramarines. O Centurion remanescente causou bastante dano em meu Tank Commander, que foi destruído por tiros de sniper, capazes de ferir characters com 5+. Mesmo que estejam usando um mero rifle bolter, e o alvo seja um TANQUE. Mas não vamos cobrar realismo em um futuro sombrio onde tudo é guerra, e sim, pensar em novas estratégias e testar novas unidades na próxima partida.
Por exemplo, repensei quanto ao emprego de um Wyvern; e pensei no que posso incluir em minhas tropas para melhorar sua precisão e dano. Definitivamente quero explorar mais o assalto contra inimigos confortavelmente entrincheirados.
Concedi a partida no final do quarto turno, insatisfeito por não ter oferecido a melhor experiência de combate para meu adversário, mas entusiasmado por ter aprendido mais sobre o atual metagame, e as unidades e estratagemas dos Marines. Eliminators são unidades obrigatórias para quem quer se manter competitivo; e os Centurions não ficam atrás.
Embora a reação natural seja de identificar o desbalanceamento nas novas regras, conhecer o adversário e tomar melhores decisões na construção da lista é mais efetivo. Mil pontos não são suficientes para revelar o potencial de um exército; a dica é utilizar estas partidas rápidas para experimentar muito, e errar muito antes de subir o nível. Da próxima vez, buscarei a) aumentar a ameaça da minha infantaria, e b) minimizar a eficácia das melhores unidades astartes atualmente. E claro, c) voltar às graças do Imperador em minhas rolagens de dado.
++ Pensamento do Dia: Ser fuzilado pelo inimigo é uma ótima maneira de poupar nossa munição e desperdiçar a deles. ++
Olá. Comprei o dust warfare e gostaria de jogar o modo wargame de mesa. As regras falaram que são semelhantes porque as unidades andam por polegadas.
Vocês tem o manual traduzido? Podem me enviar arthurtakel@gmail.com